Ocorrida de
23 e 27 de novembro, na cidade de Assunção, no Paraguai, a Reunião de Altas
Autoridades em Direitos Humanos, a RAADH, dos países que compõe o Mercosul, resultou,
dentre outras coisas, na assinatura do Protocolo de Assunção. Ele prevê a promoção
e a garantia dos direitos humanos através de projetos elaborados por oito
comissões permanentes do Instituto de Políticas em Direitos Humanos, o IPPDH. A
RAADH e o IPPDH são instâncias institucionais vinculadas ao Mercosul, comprometidas
com o respeito e a promoção dos direitos humanos como eixo fundamental da
identidade e do desenvolvimento da região. Abaixo, a
matéria sobre todos os acordos assinados pelos países participantes, divulgada
pelo portal do IPPDH. (Wanderson Fernandes)
Iniciativas regionais de direitos humanos são ampliadas
Durante a plenária da Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos
(RAADH) do MERCOSUL, ocorrida nesta quinta-feira (26), em Assunção, os
delegados dos países participantes (Paraguai, Bolívia, Uruguai, Argentina,
Brasil, Venezuela, Peru, Suriname, Colômbia, Chile e Equador) aprovaram
importantes projetos de promoção dos direitos humanos. No Protocolo de Assunção,
eles reafirmaram o compromisso com a promoção e a proteção dos direitos humanos
no MERCOSUL.
No documento, as delegações reiteram que a vigência das instituições
democráticas e o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais são
pilares indispensáveis ao desenvolvimento e à integração do Cone Sul.
Assinalam, ainda, que o exercício da democracia deve ser promovido por meio de
processos de integração que contribua com o desenvolvimento e o bem-estar da
população dos países, particularmente dos excluídos de litoral marítimo.
Os delegados reconhecem, ainda, o Instituto de Políticas Públicas em
Direitos Humanos (IPPDH) como fundamental nesse processo de articulação
nacional e regional e, assim, aprovaram o planejamento estratégico da Escola Internacional
de Política Pública em Direitos Humanos.
Reunidos por quatro dias, entre 23 e 26 de novembro, eles discutiram
projetos em oito comissões permanentes: “NiñoSur”, “Pessoas com Deficiência”,
“Discriminação, Racismo e Xenofobia”, “Educação e Cultura”, “LGTBI”, “Idosos”,
“Comunicação” e “Gênero”.
Na comissão permanente “Iniciativa NiñoSur”, foi aprovado o guia
regional para identificação e atenção às necessidades especiais de proteção dos
direitos de crianças e adolescentes e migrantes e discutidos um plano de
infância e meios de comunicação e a metodologia para construção de diretrizes
de bons tratos a crianças e adolescentes.
A redação de um protocolo de acessibilidade nas áreas migratórias foi a
principal decisão tomada na Comissão de Proteção aos Direitos das Pessoas com
Deficiência. O documento permitirá criar um instrumento regional que estabeleça
parâmetros para atenção às pessoas com deficiências nessas zonas. Os
integrantes desta comissão também definiram o Instituto de Políticas Públicas em
Direitos Humanos (IPPDH) do MERCOSUL como instância de articulação desse
conjunto de informações.
Os membros da Comissão sobre Discriminação, Racismo e Xenofobia
reconheceram a relevância das ações de capacitação do IPPDH a funcionários das
áreas migratórias. A comissão vai contribuir com a publicação de um manual
regional de direitos humanos dos migrantes, a cargo do IPPDH.
O instituto também apresentou uma proposta para elaboração de diretrizes
regionais em matéria de educação em direitos humanos para os participantes da
Comissão de Educação e Cultura.
Na comissão que trata das questões relacionadas às demandas de cidadãos
lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e interssexuais, o IPPDH mostrou
projetos de redação de um compêndio regional de boas práticas dos Estados para
garantia dos direitos das pessoas LGBTI, de capacitação para agentes do Poder
Judiciário e da promoção de um seminário internacional sobre práticas de
promoção e proteção dos direitos desse grupo de cidadãos do MERCOSUL.
Para promover os direitos das pessoas idosas, a comissão da área aprovou
proposta de publicação de um livro sobre a Convenção Interamericana sobre
Proteção dos Direitos das Pessoas Idosas e de produção e divulgação de uma
campanha para dar visibilidade à essa parcela da população.
Foi aprovado, ainda, plano de ação do grupo de trabalho de comunicação,
elaborado pela equipe do IPPDH, e apresentado, no grupo de trabalho sobre
gênero, manual de linguagem inclusiva e não sexista.
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