Descrição para cegos: na imagem há duas mãos apertadas. Uma está com luva e a outra é de uma pessoa que está sobre uma cama. |
Por Gabriel Costa
Não
é difícil ouvirmos falar em eutanásia quando nos referimos a alguém muito
doente, com sofrimento intenso, sem chance de cura. Como explica José Roberto
Goldim, doutor em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e
professor na mesma instituição em seu artigo sobre
bioética, o termo que vem do
grego pode ser traduzido como “morte apropriada” ou “boa morte”, ou, como
proposto por Francis Bacon em 1623, “tratamento adequado às doenças
incuráveis”.
A
Eutanásia é entendida como a morte
provocada em virtude de resguardar o paciente de longo sofrimento. Ela pode ser
ativa, quando é gerada a ação de privar a vida do paciente, ou passiva, quando
há omissão de ação para evitar prolongar a vida de quem sofre.
De toda forma, a
Associação Mundial de Medicina, desde 1987, considera a eutanásia um
procedimento eticamente inadequado. Assumir que o médico pode também agir
contra a vida, de forma a privar o paciente de dor e sofrimento, seria um
atentado à essência médica, que é de proteger e preservar a vida.
A Ortotanásia tem sido utilizado como
sinônimo para eutanásia de forma errada. Essa técnica remete, na verdade, ao
sentido de utilizar os meios adequados para tratar uma pessoa que está
morrendo. Significa atuação correta frente à morte, como cuidados para diminuir
a dor nos momentos finais da vida do paciente.
Distanásia
e Mistanásia são outros verbetes no
dicionário da morte. O primeiro refere-se a morte lenta, com sofrimento,
ansiosa, sendo normalmente tido como antônimo de eutanásia. É entendida por
prolongamento do sofrimento.
Já a Mistanásia foi um termo sugerido por
Leonard Martin, professor titular de Ética na Universidade Estadual do Ceará, e
é definido como a eutanásia social. Leonard subdivide a mistanásia em três
situações: “primeira, a grande massa de doentes e deficientes que, por motivos
políticos, sociais e econômicos, não chegam a ser pacientes, pos não conseguem
ingressar efetivamente no sistema de atendimento médico”.
A segunda situação são os doentes que conseguem ser
atendedidos mas se tornam vítimas de erros médicos. A terceira é a má-prática
por motivos econômicos, científicos ou sociopolíticos distoantes entre o
paciente e o médico. Segundo Martin, “a Mistanásia é uma categoria que nos
permite levar a sério o fênomeno da maldade humana”. A definição também está presente
no artigo de Goldim.
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