segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A caneta é mais poderosa do que a espada

Malala Yousafzai (Jon Fuller-Howell/The Mirror)


No dia 9 de outubro de 2012, Malala Yousafzai, uma menina paquistanesa, na época com 15 anos, levou três tiros num atentado de autoria do Talibã, fato que mudou a vida da adolescente para sempre. As semanas que se seguiram foram de tensão ante o estado grave de saúde da jovem, que, mesmo sendo encaminhada para um hospital em Birmingham, no Reino Unido, só conseguiu se recuperar totalmente em janeiro de 2013.
Malala já era ativista pelos direitos humanos e à educação desde 2009, quando, entre 11 e 12 anos de idade, escreveu sob um pseudônimo para um blog da rede britânica BBC. A página relatava a situação das meninas impedidas de ir à escola na região do Vale do Swat, no nordeste do Paquistão, devido à influência do Talibã, que era contrário à emancipação feminina, especialmente de jovens. Foi essa a razão pela qual ela sofreu o atentado, cujos mandantes só foram presos recentemente, em setembro deste ano.
O ataque, ironicamente, surtiu o efeito oposto. Malala não foi silenciada, muito pelo contrário, sua voz passou a ser mais ouvida do que nunca. Em 12 de julho de 2013, dia de seu aniversário, a jovem discursou na Assembleia da Juventude na ONU. À ocasião, a respeito do atentado, ela declarou: “fraqueza, medo e falta de esperança morreram. Força, poder e coragem nasceram”. Ela também convocou mulheres a lutarem por seus direitos e governantes de todo mundo a se empenharem na disputa por igualdade no acesso à escolaridade. É válido relembrar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos assegura, no artigo 26°, o direito de todas as pessoas à educação e que esta deve ser gratuita.
A maior honraria por sua defesa dos direitos humanos veio quando Malala recebeu, no dia 10 de outubro deste ano, praticamente dois anos após o ataque que quase tirou sua vida, o Nobel da Paz. O prêmio foi dividido com Kailash Satyarthi, ativista pelos direitos das crianças na Índia. Com isso, Malala se tornou a mais jovem vencedora do Nobel – com apenas 17 anos – o que prova que, mesmo sendo tão nova, a adolescente é um exemplo a ser seguido na luta pelo acesso universal à educação. (Marco Galindo)

Assista, abaixo, ao discurso de Malala na Assembleia da Juventude na ONU, em Nova Iorque, onde ela fala sobre a realidade educacional na sua região de origem e defende a expansão do ensino a todas as crianças:


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