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Policial aborda uma das ocupantes do Hotel Aquarius (Foto:
Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo) |
No dia 16 de setembro, São Paulo foi palco de um
conflito violento envolvendo a Polícia Militar e ocupantes do Hotel Aquarius, prédio
abandonado no centro da cidade, cuja obra nunca foi concluída. O motivo do confronto
foi o descumprimento do acordo de reintegração de posse do edifício, o que
levou os moradores a resistirem à ordem de desocupação, resistência que foi
combatida com uso excessivo da força policial. Ao final do evento, o saldo era
de 800 pessoas que, despejadas do local e sem ter onde morar, foram para as
ruas.
Infelizmente esse não foi um caso isolado. No dia
11 de abril, seis mil famílias foram expulsas à força de um terreno abandonado,
no Rio de Janeiro, conhecido como “Favela da Telerj”. Esse terreno e o prédio
do Hotel Aquarius se situam em pontos centrais do Rio e São Paulo,
respectivamente. A desapropriação de locais como estes, de alto valor de
mercado, mas sem qualquer finalidade pública, só serve para evidenciar o
conluio entre Estado e especulação imobiliária, o que atenta diretamente contra
o direito humano à moradia.