Por Diego Fenas
Os poucos refugiados que chegam a Europa depois de enfrentarem situações adversas, ainda podem ser surpreendidos por grupos de civis que ficaram conhecidos como “Caçadores de Imigrantes”. São assim chamados, pelo fato de usarem ilegalmente o poder de polícia para deter os migrantes, com o discurso de que estão defendendo seu país. As ações desses grupos são cada vez mais comuns em países que lidam com a difícil crise migratória no continente.
A divulgação de um vídeo no qual três refugiados detidos aparecem algemados e são ameaçados depois de capturados por um desses grupos, denominado “Destacamentos Civis para Defender as Mulheres e a Fé”, intensificou a polêmica discussão sobre o controle das fronteiras europeias e fez as autoridades búlgaras intervirem no caso.
Um
dos pioneiros dessa prática absurda foi o búlgaro Dinko Valev, um lutador
semiprofissional de 29 anos, que ganhou popularidade ainda no ano passado, após
dominar um grupo de 16 pessoas, incluindo mulheres e crianças e ser
classificado como “herói” por uma rede de TV. Recentemente, ele recebeu apoio
de manifestantes por seus atos.
Alguns
búlgaros apoiam a iniciativa, mas outros se mostram preocupados. O primeiro
ministro búlgaro Boiko Borissov, que havia parabenizado as ações dos grupos
declarando que “O Estado é de todos e aqueles que ajudam em sua proteção merecem
agradecimento”, voltou atrás e disse ter sido mal interpretado. O Comitê
Búlgaro de Helsinque, ONG de defesa dos direitos humanos, criticou tal atitude
e condenou a ação dos caçadores.
São casos como esses que
mostram a fragilidade dos direitos inerentes aos refugiados. O Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) propõe que eles “gozem
dos direitos civis básicos, incluindo a liberdade de pensamento, deslocamento e
a não sujeição à tortura e a tratamentos degradantes”.
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