segunda-feira, 25 de abril de 2016

A crueldade dos caçadores de imigrantes


Por Diego Fenas


        Os poucos refugiados que chegam a Europa depois de enfrentarem situações adversas, ainda podem ser surpreendidos por grupos de civis que ficaram conhecidos como “Caçadores de Imigrantes”. São assim chamados, pelo fato de usarem ilegalmente o poder de polícia para deter os migrantes, com o discurso de que estão defendendo seu país. As ações desses grupos são cada vez mais comuns em países que lidam com a difícil crise migratória no continente.

        A divulgação de um vídeo no qual três refugiados detidos aparecem algemados e são ameaçados depois de capturados por um desses grupos, denominado “Destacamentos Civis para Defender as Mulheres e a Fé”, intensificou a polêmica discussão sobre o controle das fronteiras europeias e fez as autoridades búlgaras intervirem no caso.
Um dos pioneiros dessa prática absurda foi o búlgaro Dinko Valev, um lutador semiprofissional de 29 anos, que ganhou popularidade ainda no ano passado, após dominar um grupo de 16 pessoas, incluindo mulheres e crianças e ser classificado como “herói” por uma rede de TV. Recentemente, ele recebeu apoio de manifestantes por seus atos.
Alguns búlgaros apoiam a iniciativa, mas outros se mostram preocupados. O primeiro ministro búlgaro Boiko Borissov, que havia parabenizado as ações dos grupos declarando que “O Estado é de todos e aqueles que ajudam em sua proteção merecem agradecimento”, voltou atrás e disse ter sido mal interpretado. O Comitê Búlgaro de Helsinque, ONG de defesa dos direitos humanos, criticou tal atitude e condenou a ação dos caçadores.
São casos como esses que mostram a fragilidade dos direitos inerentes aos refugiados. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) propõe que eles “gozem dos direitos civis básicos, incluindo a liberdade de pensamento, deslocamento e a não sujeição à tortura e a tratamentos degradantes”.

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