Por Felipe Nunes
Os
grupos de Direitos Humanos são constantemente criticados pelo trabalho de
acompanhamento que fazem nos presídios. A discussão se dá em cima do tratamento
dispensado aos privados de liberdade em detrimento do suposto abandono às
vítimas de crimes. Vale salientar, no entanto, que a manutenção dos direitos
dos presidiários é prevista na constituição e está, inclusive, no cerne da
doutrina cristã.
O
velho e o novo testamento bíblico trazem uma série de menções aos grupos
excluídos do convívio social, dentre os quais estão os apenados. Na carta
escrita aos hebreus, o Apóstolo Paulo defende a visita aos que estão reclusos:
“Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados,
como sendo-o vós mesmos também no corpo”.
No
Velho Testamento, um dos salmos bíblicos que falam dos presos foi escrito por
Asafe, cantor mor do Rei Davi. No texto, Asafe pede que Deus ouça o grito de
quem está nas cadeias: “Cheguem à tua presença os gemidos dos prisioneiros.
Pela força do teu braço, preserva os condenados à morte”.
A
Bíblia ainda retrata a prisão do Apóstolo Paulo, condenado por seguir o
evangelho de Jesus Cristo, e sua libertação, quando a esperança foi traduzida
em canções no cárcere. As prisões se abriram e Paulo ganhou a liberdade outra
vez.
Certamente,
a maior prova dessa atenção que se deve dar aos condenados, a qual tem sintonia
com a atuação dos grupos de Direitos Humanos, retrata-se na história da cruz.
Nos últimos suspiros de vida, Jesus Cristo ouviu as preces e a fé de um
marginal que, junto com ele, foi condenado à morte. “Ainda hoje estarás comigo
no paraíso” - em curtas palavras Jesus provou que a recuperação de uma pessoa é
sempre uma possibilidade a ser levada em consideração, e pode ser um passo para
uma nova realidade de vida.
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