sexta-feira, 29 de abril de 2016

A Bíblia e os direitos dos privados de liberdade


Por Felipe Nunes

Os grupos de Direitos Humanos são constantemente criticados pelo trabalho de acompanhamento que fazem nos presídios. A discussão se dá em cima do tratamento dispensado aos privados de liberdade em detrimento do suposto abandono às vítimas de crimes. Vale salientar, no entanto, que a manutenção dos direitos dos presidiários é prevista na constituição e está, inclusive, no cerne da doutrina cristã.
O velho e o novo testamento bíblico trazem uma série de menções aos grupos excluídos do convívio social, dentre os quais estão os apenados. Na carta escrita aos hebreus, o Apóstolo Paulo defende a visita aos que estão reclusos: “Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo”.
No Velho Testamento, um dos salmos bíblicos que falam dos presos foi escrito por Asafe, cantor mor do Rei Davi. No texto, Asafe pede que Deus ouça o grito de quem está nas cadeias: “Cheguem à tua presença os gemidos dos prisioneiros. Pela força do teu braço, preserva os condenados à morte”.
A Bíblia ainda retrata a prisão do Apóstolo Paulo, condenado por seguir o evangelho de Jesus Cristo, e sua libertação, quando a esperança foi traduzida em canções no cárcere. As prisões se abriram e Paulo ganhou a liberdade outra vez.
Certamente, a maior prova dessa atenção que se deve dar aos condenados, a qual tem sintonia com a atuação dos grupos de Direitos Humanos, retrata-se na história da cruz. Nos últimos suspiros de vida, Jesus Cristo ouviu as preces e a fé de um marginal que, junto com ele, foi condenado à morte. “Ainda hoje estarás comigo no paraíso” - em curtas palavras Jesus provou que a recuperação de uma pessoa é sempre uma possibilidade a ser levada em consideração, e pode ser um passo para uma nova realidade de vida.

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