Fonte: Gazeta Regional |
Na última edição do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os candidatos transexuais sofreram
constrangimentos ao assinarem um formulário, um pouco antes da prova e no meio
da sala, para pessoas que não tem identidade ou qualquer outro documento
oficial com o nome que utilizam no dia-a-dia. Muitos que passaram por este
mal-estar sentiram sua dignidade humana infringida e que foram expostos de
forma desnecessária.
Assim, a próxima
edição do Enem criou uma medida paliativa para tratar o problema, até que a
problemática ganhe, de fato, um espaço no edital do programa nacional. A
matéria, retirada do site 180graus , explica o que será feito. Todos os direitos são do autor do
texto. (Carla Braga)
Os candidatos transgêneros — transexuais, travestis — poderão
usar o nome social para fazer o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem 2014). A
possibilidade virá discriminada no site do exame, no ar desde segunda-feira,
quando começaram as inscrições. O edital, publicado anteriormente, não forneceu
dados sobre a medida, anunciada posteriormente pelo Ministério da Educação
(MEC).
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia responsável pelo Enem, haverá um
número de telefone (0800-616161) por meio do qual o participante transexual ou
travesti que desejar ser identificado pelo nome social deverá solicitar esse
direito. O prazo para tal coincide com o fim das inscrições, 23 de maio. No
site do Enem, as instruções sobre o uso do nome social virão na seção
“Perguntas Frequentes”.
A medida já era esperada pela Associação Brasileira de Gays,
Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AGBLT), que se reuniu em
audiência com o Ministro da Educação, José Henrique Paim. A associação abraçou
a causa desde a última edição do Enem, quando candidatas transexuais relataram
constrangimentos ao assinar um formulário destinado a estudantes que não tinham
identidade ou documentos oficiais. Segundo Toni Reis, Secretário de Educação da
AGBLT, embora Paim tivesse garantido que a inclusão do nome social já constaria
do edital do Enem 2014, a opção discriminada no site já é um avanço.
— Mesmo que não esteja no edital, já consideramos um avanço. É
fundamental, pois diz respeito à dignidade humana — sustenta Reis.
Para o próximo ano, o secretário da AGLBT afirma que vai lutar
pela inclusão de um parágrafo inteiro no edital do Enem sobre a questão:
— O ideal é termos um dispositivo para isso. Nem todo mundo olha
a seção de “Dúvidas Frequentes” no site.
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