Resenha-crítica do filme A Liberdade é Azul
Liberdade, igualdade e fraternidade. O
lema nacional da França, desde a revolução de 1789, serviu como inspiração para
“A Trilogia das Cores” – uma das melhores tríades cinematográficas já feita até
hoje –, criada por Krzysztof Kieslowski. “A Liberdade é Azul”, de 1993, o
primeiro dos três filmes, foi responsável por divulgar para o mundo inteiro a
new wave do cinema francês e as carreiras do cineasta e da atriz Juliette
Binoche, protagonista nas três películas.
A história segue Julie Vignon quando
ela perde a filha e o marido, um famoso compositor europeu, em um acidente de
carro. A personagem escolhe lamentar a perda da sua família negando o seu
passado e, pronta para o nada, se muda para um apartamento parisiense. A
transição é feita apenas com um objeto que a conecta com sua antiga vida, um
lustre de contas azuis da sua filha.
Apesar de a morte parecer ser a plot
principal, o âmago do longa reside na tentativa de Julie em se libertar do seu
passado e iniciar uma saga vazia, à medida que elementos da sua vida passada
brotam de todos os lados e atrapalham os seus planos e novos aspectos
libertários são apresentados. A cor azul é um personagem a parte e, além de
representar a liberdade da bandeira francesa, ajuda a dar um tom melancólico às
cenas.
A Liberdade é Azul é uma experiência que
estimula sonora e visualmente o espectador. A produção possui um tom peculiar e
é rica em detalhes sutis, que merecem ser percebidos e compõem uma obra-prima
atemporal.
Ficha Técnica:
Gênero: Drama
Direção: Krzysztof Kieslowski
Roteiro: Agnieszka Holland, Edward
Zebrowski, Krzysztof Kieslowski, Krzysztof Piesiewicz, Slawomir Idziak
Elenco: Benoît Régent, Charlotte Véry,
Emmanuelle Riva, Florence Pernel, Juliette Binoche
Produção: Marin Karmitz
Fotografia: Slawomir
Idziak
Trilha Sonora: Zbigniew
Preisner
Duração: 100 min.
Carla Braga