À
luz das manifestações de junho do ano passado, que trouxeram promessas de
renovação política e social, eleitores foram às urnas em outubro eleger
representantes para cargos executivos e legislativos nos âmbitos federal e
estadual. O resultado, no entanto, seguiu para o lado oposto do esperado. De
acordo com o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap), Antônio Augusto Queiroz, "o novo Congresso é,
seguramente, o mais conservador do período pós-1964".
Tal
resultado representa uma grave ameaça à defesa dos direitos humanos, uma vez
que um dos representantes mais expressivos do conservadorismo que nos aguarda
em 2015 é Jair Bolsonaro. Militar da reserva, o deputado ficou famoso por
declarações racistas e homofóbicas – como dizer que preferia ter um filho morto
a um filho gay – além de defender a tortura e ditadura militar no Brasil. Vale
ressaltar que Bolsonaro foi o terceiro deputado mais votado no País e o campeão
de votos no Rio de Janeiro, estado que também elegeu Jean Wyllys, conhecido por
sua proteção aos direitos humanos, em especial os da comunidade LGBT.