segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
O que é a Comissão de Direitos Humanos e Minorias?
Comissão dos Direitos Humanos e Minorias em Brasília. (Foto: Reprodução/ Pedro França - Agência Brasil) |
A Comissão
de Direitos Humanos e Minorias, também conhecida pela sigla CDHM, é uma das 21
comissões permanentes da Câmara dos Deputados, formada por 18 congressistas titulares
e 18 suplentes. Nela, os parlamentares votam propostas legislativas (leis)
relativas à área dos Direitos Humanos e seus fundamentos, o que resulta em
normas responsáveis pela afirmação dos direitos humanos no Brasil.
Dentro das
suas atribuições legais, a comissão não tem as mesmas do Poder Judiciário, que
é o único responsável pela aplicação das leis. Atualmente, a CDHM recebe
por ano cerca de 320 denúncias de violações dos direitos humanos em
território nacional (como crimes contra detentos, processos contra abuso de
autoridade, violência no campo e crimes de racismo e homofobia) o que resulta
na votação de projetos visando a melhor convivência dos brasileiros.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
A luta popular e os avanços na cidadania da saúde mental
Hospital Colônia de Barbacena / Crédito:Geração Brasil - Divulgação |
Por Natan Cavalcante
Quando pensamos em “loucura” e na recuperação
psiquiátrica, logo vislumbramos um estereótipo construído no imaginário
cultural durante longos anos. Imaginamos, por exemplo, a figura do paciente de
algum transtorno mental como um ser agressivo e fora de si; portanto, um perigo
iminente para a sociedade. Partindo desse estigma construído, a mais comum das
práticas seria o completo isolamento social do doente mental em um hospital
psiquiátrico ou manicômio, onde permaneceria, muitas das vezes, até o fim dos
seus dias.
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
A diversidade religiosa e a política brasileira
Pastor Marcos Feliciano, evangélico, defensor de leis com base no Cristianismo, reeleito Deputado Federal em São Paulo.
|
A cada dois anos são realizadas eleições em todo o território nacional em busca de novos representantes para as casas legislativas em esfera municipal, estadual e federal. Diante disso, ocorre uma a “invasão” de candidatos do meio religioso na disputa por cargos, o que – em um país multicultural como o Brasil – acaba gerando questões sobre quem tem o direito se candidatar e até onde o país é realmente laico e democrático.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, podem se candidatar pessoas com nacionalidade brasileira ou que sejam naturalizadas, desde que estejam em pleno exercício dos direitos políticos, alistadas na Justiça Eleitoral, tendo domicílio na circunscrição há pelo menos um ano antes do pleito e também filiadas a algum partido político há pelo menos 12 meses antes da eleição.
Por se tratar de um país democrático e declarado laico em sua constituição, o Brasil não pode estabelecer diferenças, sejam elas quais forem, sobre um determinado indivíduo por causa da sua orientação religiosa, seja ela derivada da doutrina cristã – a mais popular do país - ou descendente de religiões africanas como o candomblé, a umbanda e o xangô, além do judaísmo, islamismo, hinduísmo, budismo e demais doutrinas. (Stwart Lucena)
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
O direito humano da liberdade de movimento, pensamento e escolha
Reprodução: Human Rights |
Quantos gritos cabem em um
silêncio? Até onde vai a nossa liberdade? A Declaração Universal dos Direitos
Humanos pede mais liberdade, mas uma parte do mundo parece não ouvir. No Paquistão,
uma cristã é condenada à forca por blasfêmia contra o profeta Maomé. No Irã,
mulheres são atacadas com ácido por extremistas religiosos que não aceitam
mudanças em suas vestimentas. Diante disso, só nos resta uma pergunta: somos
realmente livres para pensar o que quisermos e escolhermos o melhor para nós?
(Stwart Lucena)
A Violação dos Direitos Humanos
Por Human Rights
ARTIGO 13.º — LIBERDADE DE
MOVIMENTO
“1. Toda a pessoa tem o direito
de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um Estado.
“2. Todos têm o direito a
abandonar qualquer país, incluindo o seu próprio, e de voltar a seu país.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
A caneta é mais poderosa do que a espada
Malala Yousafzai (Jon Fuller-Howell/The Mirror) |
No dia 9 de outubro de 2012,
Malala Yousafzai, uma menina paquistanesa, na época com 15 anos, levou três
tiros num atentado de autoria do Talibã, fato que mudou a vida da adolescente
para sempre. As semanas que se seguiram foram de tensão ante o estado grave de
saúde da jovem, que, mesmo sendo encaminhada para um hospital em Birmingham, no
Reino Unido, só conseguiu se recuperar totalmente em janeiro de 2013.
Malala já era ativista pelos
direitos humanos e à educação desde 2009, quando, entre 11 e 12 anos de idade,
escreveu sob um pseudônimo para um blog da rede britânica BBC. A página
relatava a situação das meninas impedidas de ir à escola na região do Vale do
Swat, no nordeste do Paquistão, devido à influência do Talibã, que era
contrário à emancipação feminina, especialmente de jovens. Foi essa a razão
pela qual ela sofreu o atentado, cujos mandantes só foram presos recentemente,
em setembro deste ano.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Direitos humanos ameaçados com novo Congresso
À
luz das manifestações de junho do ano passado, que trouxeram promessas de
renovação política e social, eleitores foram às urnas em outubro eleger
representantes para cargos executivos e legislativos nos âmbitos federal e
estadual. O resultado, no entanto, seguiu para o lado oposto do esperado. De
acordo com o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap), Antônio Augusto Queiroz, "o novo Congresso é,
seguramente, o mais conservador do período pós-1964".
Tal
resultado representa uma grave ameaça à defesa dos direitos humanos, uma vez
que um dos representantes mais expressivos do conservadorismo que nos aguarda
em 2015 é Jair Bolsonaro. Militar da reserva, o deputado ficou famoso por
declarações racistas e homofóbicas – como dizer que preferia ter um filho morto
a um filho gay – além de defender a tortura e ditadura militar no Brasil. Vale
ressaltar que Bolsonaro foi o terceiro deputado mais votado no País e o campeão
de votos no Rio de Janeiro, estado que também elegeu Jean Wyllys, conhecido por
sua proteção aos direitos humanos, em especial os da comunidade LGBT.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
A Declaração Universal dos Direitos Humanos e o desprezo da mídia
(Reprodução/ Wikipedia)
Sexo na novela. Racismo no seriado. Discriminação em programas religiosos. Violência em programas policialescos. Essas são apenas algumas das muitas faces da televisão brasileira, reflexo da má utilização de um instrumento que deveria servir, entre outras coisas, para a defesa dos direitos humanos, mas, infelizmente, utilizada para o seu desprezo, como relata o mestre em Ciências Sociais Laurindo Lalo Leal Filho. (Stwart Lucena)
Sexo na novela. Racismo no seriado. Discriminação em programas religiosos. Violência em programas policialescos. Essas são apenas algumas das muitas faces da televisão brasileira, reflexo da má utilização de um instrumento que deveria servir, entre outras coisas, para a defesa dos direitos humanos, mas, infelizmente, utilizada para o seu desprezo, como relata o mestre em Ciências Sociais Laurindo Lalo Leal Filho. (Stwart Lucena)
Aos 65 anos,
Declaração Universal dos Direitos Humanos é desprezada pela TV
Por Laurindo Lalo Leal Filho
“King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?” afirmou Danilo Gentili na TV. A um telespectador que contestou o caráter racista da frase respondeu pelo twiiter de forma a deixar ainda mais claro o seu preconceito: “quantas bananas você quer para deixar essa história pra lá?”
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terça-feira, 28 de outubro de 2014
Brasil deixa o mapa da fome das Nações Unidas
Mapa da fome em 2014 (clique aqui para versão ampliada). As áreas em branco possuem menos de 5% da população subnutrida. (Fonte: FAO) |
O Brasil
conquistou em setembro um feito histórico, que repercutiu de forma
insatisfatória na grande mídia. Segundo relatório da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, o País saiu
do chamado mapa da fome, após reduzir para 1,7% a parcela da população que
sofre com a falta de alimentos. Em 1990, esse percentual chegava a 15%. Vale
ressaltar que o direito à alimentação está garantido no artigo 25°da Declaração
Universal dos Direitos Humanos e, desde 2010, no artigo 6° da Constituição
Federal. O portal online da Carta Capital postou uma matéria que detalha as
políticas públicas que levaram a tal avanço, além de retratar o impacto dessa
mudança na vida das pessoas. (Marco Galindo)
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Liberdade de opressão
Não há dúvidas de que esta campanha eleitoral é uma
das mais acirradas e disputadas dos últimos tempos, marcada por debates
acalorados e nem sempre respeitosos. E um dos momentos mais baixos foi
protagonizado por Levy Fidelix, então candidato à Presidência no primeiro
turno, no debate da Record. O presidenciável pelo PRTB associou homossexuais a
pedófilos, defendeu tratamento psicológico aos LGBT e, por fim, conclamou a
maioria a “enfrentar essa minoria”. A reação subsequente nas redes sociais foi
intensa para os dois lados. Enquanto a hashtag # LevyVocêÉNojento figurou entre
as mais comentadas do Twitter, a página do Facebook de Levy Fidelix cresceu dez
vezes em número de seguidores.
Pensando nisso, o Ministério da Justiça lançou, através
da sua página no Facebook, a
campanha “Não confunda discurso de ódio com liberdade de expressão”. A ação era
composta por uma imagem e o texto subsequente: “Liberdade de expressão é o
direito de manifestar livremente opiniões e ideias. Entretanto, o exercício
dessa liberdade não deve afrontar o direito alheio, como a honra e a dignidade
de uma pessoa ou determinado grupo. O discurso do ódio é uma manifestação
preconceituosa contra minorias étnicas, sociais, religiosas e culturais, que
gera conflitos com outros valores assegurados pela Constituição, como a
dignidade da pessoa humana. O nosso limite é respeitar o direito do outro”. Até
o fechamento deste texto, a campanha contava com mais de 50 mil “curtidas” e
100 mil “compartilhamentos”.
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
O privilégio de morar e o direito de ocupar
Policial aborda uma das ocupantes do Hotel Aquarius (Foto:
Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo) |
No dia 16 de setembro, São Paulo foi palco de um
conflito violento envolvendo a Polícia Militar e ocupantes do Hotel Aquarius, prédio
abandonado no centro da cidade, cuja obra nunca foi concluída. O motivo do confronto
foi o descumprimento do acordo de reintegração de posse do edifício, o que
levou os moradores a resistirem à ordem de desocupação, resistência que foi
combatida com uso excessivo da força policial. Ao final do evento, o saldo era
de 800 pessoas que, despejadas do local e sem ter onde morar, foram para as
ruas.
Infelizmente esse não foi um caso isolado. No dia
11 de abril, seis mil famílias foram expulsas à força de um terreno abandonado,
no Rio de Janeiro, conhecido como “Favela da Telerj”. Esse terreno e o prédio
do Hotel Aquarius se situam em pontos centrais do Rio e São Paulo,
respectivamente. A desapropriação de locais como estes, de alto valor de
mercado, mas sem qualquer finalidade pública, só serve para evidenciar o
conluio entre Estado e especulação imobiliária, o que atenta diretamente contra
o direito humano à moradia.
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
O impacto da liberdade provisória na vida de detentos
Você já parou para pensar o que passa na cabeça de um presidiário que tem o “luxo” de após meses ou anos encarcerado estar de voltar ao convívio social? Muito se fala da ressocialização do ex-presidiário, mas e aqueles que ganham privilégios de sair do presídio por um determinado período de tempo? O que eles sentem ao reencontrarem suas famílias e amigos e o que passa por suas cabeças na hora de voltar ao presídio?
O documentário “De Volta”, produzido pelo Canal Futura, acompanha quatro dias das vidas de Leandro, Sonia, Midiã e Anderson, detentos que ganharam o direito à saída temporária no Natal de 2012. Dirigido por Rafael Figueiredo, “De Volta” provoca uma reflexão sobre a importância da ressocialização dos condenados, além de trazer à tona outros assuntos como a percepção do tempo e a manutenção dos laços familiares pelos detentos. (Lívia Maria)
O documentário “De Volta”, produzido pelo Canal Futura, acompanha quatro dias das vidas de Leandro, Sonia, Midiã e Anderson, detentos que ganharam o direito à saída temporária no Natal de 2012. Dirigido por Rafael Figueiredo, “De Volta” provoca uma reflexão sobre a importância da ressocialização dos condenados, além de trazer à tona outros assuntos como a percepção do tempo e a manutenção dos laços familiares pelos detentos. (Lívia Maria)
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Vítima brasileira do aplicativo Secret entra com ação para que ele saia do ar
A falsa sensação de anonimato
na Internet sempre levou pessoas a se sentirem mais confortáveis para falar,
fazer e mostrar conteúdos que não divulgariam pessoalmente. Nessa onda, o
aplicativo Secret foi criado para promover o compartilhamento de segredos,
prometendo o anonimato apenas de quem postou a informação. O que os usuários
desse aplicativo parecem não perceber é que podem violar uma série de direitos
ao mencionar nomes, profissões, endereços e etc. O site canaltech postou uma matéria alertando
para esse perigo e revelando as ações tomadas por uma das vítimas do Secret. (Carla
Braga)
Antes mesmo de conhecer a rede
social Secret, o consultor de Marketing Bruno Machado, 25 anos, já estava sendo
mencionado nas mensagens anônimas do serviço. Na terça-feira (05), ele
descobriu que havia sido alvo em três mensagens que considerou ofensivas. Além
de uma foto onde o rapaz aparecia nu, outras postagens afirmavam que ele era portador
do vírus HIV e fazia orgia com os amigos.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Direitos dos portadores de câncer e doenças graves
Imagem: Masterfile |
A
Constituição Federal assegura aos portadores de neoplasias e outras doenças
graves alguns direitos especiais, mas o desconhecimento desses direitos por
parte dos portadores ainda é um dos fatores que dificultam o usufruto dos
benefícios.
No
caso dos portadores de câncer, muitas entidades produzem cartilhas e outros
materiais informativos como forma de inteirar a esses pacientes os direitos que
lhe são devidos. Um exemplo é o Instituto Nacional do Câncer (Inca), que já
elaborou um material com orientações e esclarecimentos aos pacientes e
familiares a respeito dos direitos sociais da pessoa com câncer, o qual você
pode conferir aqui.
Os
principais benefícios assegurados são: isenção do Imposto de Renda na
aposentadoria, quitação de imóvel, andamento judicial prioritário,
aposentadoria por invalidez, assistência permanente, aquisição de medicamentos
importados, cirurgia de reconstrução mamária, auxílio à doença, previdência
privada, seguro de vida, serviços de reabilitação profissional para trabalhador
com deficiência, auxílio transporte, isenção de IPI, ICMS e IPVA na aquisição
de veículos especiais, entre outros.
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Mulher que deu à luz algemada concede entrevista
Em 2011, uma detenta foi
obrigada a dar à luz algemada pelos pés e pelas mãos. O caso chamou alguma
atenção da mídia, quando o Estado de São Paulo foi condenado a pagar
indenização à mulher. Agora, livre, a ex-detenta e sua mãe, autora de uma carta
de 40 páginas denunciando as violações de direitos da filha que levou a
Defensoria Pública de São Paulo a entrar com a ação, comentaram, com o site Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo, o trágico acontecimento e
suas consequências para o contexto atual. Elas não quiseram se identificar e o
site as chamou de Clara e Maria, respectivamente. (Carla Braga)
Clara,
quantos anos você tem e o que aconteceu?
Eu tenho 22 anos, fui presa com
19 e levada para a Penitenciária de Franco da Rocha. No dia 25 de setembro
[de 2011] comecei a sentir as dores do parto, umas seis e meia, sete da manhã.
Fui tomar banho, fiquei na enfermaria da cadeia, e fui de ambulância para o
hospital. Chegando no hospital de Caieiras, eles já me algemaram pelas mãos.
Você
chegou no hospital e eles já te algemaram as mãos?
Isso. Aí quando eu entrei, eles
me deram aquela roupa de hospital, me mandaram deitar na maca e já me algemaram
pelos pés.
E
você passou todo o parto algemada pelos pés e pelas mãos?
Sim. Foi muito ruim. Eu estava
sozinha. Tinha uma moça na cama do lado, pedi pra ela ligar para a minha mãe,
ela avisou, minha mãe foi até o hospital, mas não liberaram a entrada dela.
Tive minha filha de parto normal.
domingo, 17 de agosto de 2014
Colóquio: Fundamentos dos Direitos Humanos - com Eduardo Rabenhorst
Eduardo Ramalho Rabenhorst (Foto: Carmélio Reynaldo)
Eduardo Ramalho Rabenhorst é graduado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba, mestre em Filosofia e doutor pela Université de Strasburgo, na França. Como professor do Centro de Ciências Jurídicas da UFPB, criou e coordenou o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero e Direito. Em 2008, colaborou com a publicação “Direitos Humanos: Capacitação de Educadores”, possibilitada através de parcerias com diversas universidades brasileiras no programa Rede Básica em Educação em Direitos Humanos, publicado pela Editora Universitária UFPB.
Confira o Colóquio na íntegra:
sábado, 16 de agosto de 2014
Mudança na Constituição abre brecha para agentes de trânsito portarem armas
A matéria do jornalista Luís Adorno, para o site Ponte.org, revelou que uma alteração recente na Constituição
abriu espaço para que agentes de trânsito municipais e estaduais possam portar
armas no dia-a-dia de suas funções. A proposta foi feita pelo deputado Hugo
Motta (PMDB-PB), que atendeu aos pedidos do sindicato da categoria da Paraíba.
Os agentes alegam que, assim, serão mais respeitados. (Carla Braga)
Uma mudança publicada pelo Congresso, em 17 de
julho, no artigo 144 da Constituição, que trata da segurança pública, abriu
brecha para que agentes de trânsito possam portar arma de fogo. Trata-se da
Emenda Constitucional 82. Segundo o texto, que ainda precisa ser regulamentado,
agentes municipais e estaduais passam a ser responsáveis pela segurança nas
vias como um todo, deixando de ter como única obrigação a ordenação de tráfego.
De acordo com a matéria, o agente de trânsito será
responsável pela “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
do seu patrimônio nas vias públicas”. O texto relata que a segurança viária
compreende em educação, engenharia e fiscalização de trânsito, “além de outras
atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade
urbana eficiente”.quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Extremos
Foto: Divulgação |
Com 23 minutos, o documentário destaca a importância de iniciativas
populares e da parceria entre governo e sociedade para a promoção dos direitos
humanos, e aponta uma direção para a solução do problema da miséria, violência
e ausência de direitos básicos na comunidade.
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quarta-feira, 13 de agosto de 2014
A dignidade da pessoa humana e a educação pública brasileira
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Eu não quero sobreviver; quero viver
Resenha crítica do filme “12 Anos de
Escravidão”
Imagine nascer livre,
ser sequestrado e levado para uma vida sem liberdade ou dignidade. “12 Anos de
Escravidão” conta a história de Solomon Northup, violinista e fazendeiro norte-americano
negro, que viveu entre 1808 e 1863. O longa, vencedor do Oscar de Melhor Filme
em 2014, é baseado no relato homônimo de Northup publicado em 1853, sobre sua
história trágica de captura para a escravidão, sendo ele um homem livre.
Northup vivia de forma
digna com sua família, em Washington, D.C., sem problemas financeiros. Tudo mudou
quando dois supostos artistas o convidaram para uma espécie de turnê. Ao final
dessa viagem, Solomon viveu o que jamais imaginou: foi sequestrado e levado
para o sul dos EUA, onde recebeu outra identidade e foi vendido como escravo,
mesmo sendo livre e tendo comprovação legal disto. Vítima de uma atrocidade.
domingo, 27 de julho de 2014
Livres, iguais, mas por que fraternos?
A fraternidade na construção dos
direitos humanos provém da Revolução Francesa. A tríade igualdade, liberdade e fraternidade gerou desdobramentos
diversos, que no contexto dos direitos humanos modernos precisaram confluir
para formar a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948.
Assim como a liberdade influenciou a doutrina liberal, e a igualdade, a socialista, o conceito de fraternidade corresponde também a um projeto sócio-político. O
diferencial é que a ideia do fraterno tanto forma quanto é formada pela
doutrina social cristã de fraternidade. O cristianismo social, em manifestações
como a Teologia da Libertação (Leonardo Boff, Gustavo Gutierrez), reflete a
forte mensagem bíblica do chamamento à irmandade e à compaixão pelo
necessitado.
sábado, 26 de julho de 2014
Violência doméstica contra gestantes afeta desenvolvimento dos bebês
Foto: Dreamstime |
A violência doméstica atinge milhares de mulheres em todo o mundo. Independente de idade, sexo, raça, cultura, religião, educação, emprego ou estado civil, as vítimas passam a fazer parte desse problema social quando sofrem agressões físicas ou psicológicas vindas de pessoas que habitam ou frequentavam o mesmo domicílio.Ao contrário do que ainda pode se pensar por aí, a violência doméstica não afeta exclusivamente a vítima direta da ação. Segundo estudo desenvolvido pela psicóloga Clementina de Almeida, na Universidade de Coimbra (Portugal), bebês de mães que sofreram esse tipo de violência durante a gravidez apresentam retardo no desenvolvimento físico e mental.Além de elencar a gravidez como fator que potencializa a violência doméstica, a psicóloga ainda aborda algumas consequências desse problema para as mulheres. O artigo a seguir, publicado no portal Visão , traz mais informações sobre o estudo. (Irene Sá)
Os bebês de vítimas de violência doméstica durante a gravidez apresentam atrasos no desenvolvimento logo no primeiro ano de vida, concluiu o doutoramento da psicóloga Clementina de Almeida, na Universidade de Coimbra.
terça-feira, 8 de julho de 2014
A Constituição de 1988 e os Direitos Humanos
No âmbito dos Direitos Humanos, a Constituição de 1988 assegura uma extensa relação de direitos individuais e coletivos (Capítulo I, Artigo 5º) , direitos sociais (Capítulo II, Artigos 6º ao 11º), direitos de nacionalidade (Capítulo III, artigos 12º e 13º) e de direitos políticos (Capítulo IV, Artigos 14º a 16º).
Abaixo, elaboramos uma lista com alguns dos direitos individuais e coletivos fundamentais assegurados pela Constituição Federal em vigência. Confira:
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quinta-feira, 3 de julho de 2014
ONU aprova marco histórico para responsabilizar empresas por violação de direitos humanos
Foto: Flickr / Zoriah |
Das nações presentes na reunião, 20 votaram a favor da medida que inclui a criação de um grupo de trabalho intergovernamental para a construção de normas que as empresas devem seguir. A elaboração de tais normas deverá contar com a participação de organizações da sociedade civil em 2015.
Em postagem no site Brasil de Fato podemos encontrar uma breve análise do fato sob a ótica dos Direitos Humanos. Embora seja um grande avanço em relação às políticas o site questiona que em alguns lugares do mundo o acesso à justiça ainda é escasso ou vetado, e que a resolução da ONU não serviria para seus propósitos nesses locais. Como solução, é espero que haja a construção de um tratado internacional para que a responsabilização de empresas vá além da responsabilidade corporativa.
Confira um trecho:
Para acessar o post completo, clique aqui.
por Lívia Maria
Confira um trecho:
“Esse é o passo mais importante nessa temática depois da adoção dos Princípios Orientadores das Nações Unidas sobre empresas e direitos humanos, que levou ao reconhecimento por parte dos Estados e outras partes interessadas que as empresas têm a responsabilidade de respeitar os direitos humanos. No entanto, após a sua aprovação, a comunidade internacional reconheceu que os princípios representam o início de um processo que precisa se aprofundar no sentido da melhorias dos padrões. O acesso à justiça e à reparação ainda é negado às comunidades e cidadãos de muitos países.
[...]
Espera-se que, com a nova resolução, o tratado internacional possa ser construído, com a participação da sociedade civil, dos movimentos e das comunidades e que possamos caminhar para a responsabilização de empresas para além do marco da responsabilidade social corporativa.”
Para acessar o post completo, clique aqui.
por Lívia Maria
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Por que devemos dialogar com quem odiamos
O
texto abaixo, escrito por Eber Freitas, traz uma reflexão oportuna sobre o
perigo de prender-se a apenas uma história sobre uma pessoa, povo ou lugar. A
história única sobre qualquer coisa é, geralmente, a base dos preconceitos
sobre tal, e a existência de apenas uma história tem tudo a ver com poder. Quer
na literatura, jornalismo, cinema ou arte, mais histórias são contadas sobre os
mais poderosos, pois eles possuem os meios que lhes fazem ser ouvidos. Quem
dispõe de menos recursos não necessariamente conta menos histórias, mas não
alcança tantos ouvintes.
Dessa forma, a liberdade de expressão deixa de ser apenas a
garantia da possibilidade de dizer e ser como se quer, tomando, enquanto
direito humano, maiores proporções. Não basta que se possa expressar opiniões,
é preciso que as barreiras encontradas nas estruturas de poder - sociais,
econômicas, intelectuais - sejam superadas, a fim de que liberdade de expressão
signifique a liberdade de contar histórias, e ter quem as ouça. (Marcela Agra)
Chimamanda Adichie em palestra. Créditos: Reprodução/ Ted |
Chimamanda Adichie é uma escritora
nigeriana. Apesar de ter nascido em um país do qual só ouvimos falar de
miséria, Aids e Boko Haram, ela foi criada em um campus universitário, filha de
pai professor e mãe administradora. Teve uma educação de alto padrão e começou
cedo a ler e escrever romances. Mas, apesar de ser nigeriana, seus textos
frequentemente versavam sobre temáticas e elementos comuns a culturas europeias
-- como cerveja de gengibre, o sol da primavera após as rigorosas neves do
inverno, e diálogos sobre como o tempo era chuvoso.
É claro que nada disso retratava a
Nigéria, como ela mesma o diz. Suas principais fontes de leitura eram livros
infantis britânicos -- esses sim, repletos de fábulas de elfos e dragões
regadas a Ginger Beer. Adichie lia tanto esses livros que sonhava, um dia,
experimentar a tal cerveja de gengibre. Mesmo no Brasil é comum ver escritores
locais escreverem apaixonadamente romances ambientados em culturas nórdicas ou
saxãs e esquecerem que nas terras tupiniquins era Tupã, e não Thor, que fazia
rugir os trovões, e o tacape era brandido no lugar das claymore.
terça-feira, 1 de julho de 2014
Igualdade: um bem de todos para todos
Discriminar alguém significa negar-lhe sua condição humana. Infelizmente, ainda observamos comportamentos de cunho discriminatório, preconceituoso e de ódio generalizado adotados por pessoas que não toleram as diferenças sociais, culturais, sexuais, religiosas e raciais, do seu semelhante.
Um dos princípios norteadores da doutrina dos Direitos Humanos é a igualdade. Ela surge na Revolução Francesa, quando novas desigualdades estavam sendo criadas pela tradição liberal. Nessa época, uma forma de socialismo aparece buscando não somente a realização da liberdade, mas também um novo conjunto de direitos que fosse além das liberdades individuais: os direitos de igualdade, conhecidos como econômicos e sociais.
A igualdade não só corresponde aos direitos de acordo com a lei, como também às necessidades básicas como saúde, educação, trabalho digno, segurança, entre outras. É através do princípio de igualdade que a compreensão da dignidade, das diferenças e do respeito pelo outro devem ser reconhecidos como condição de uma sociedade justa. Sem esse princípio, estaríamos nos dirigindo para situações de barbárie, cuja condição humana se afastaria cada vez mais da concepção de dignidade.
Proclamados pelos revolucionários franceses, os princípios universais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” aboliram os privilégios do Antigo Regime. Mesmo que a egalité da Revolução Francesa se referisse inicialmente só aos cidadãos frente à lei, são esses ideais que se sustentam, até hoje, para motivar a prática dos defensores dos direitos humanos na luta contra a intolerância e pela promoção da igualdade.
Por Irene Sá
A Liberdade é Azul
Resenha-crítica do filme A Liberdade é Azul
Liberdade, igualdade e fraternidade. O
lema nacional da França, desde a revolução de 1789, serviu como inspiração para
“A Trilogia das Cores” – uma das melhores tríades cinematográficas já feita até
hoje –, criada por Krzysztof Kieslowski. “A Liberdade é Azul”, de 1993, o
primeiro dos três filmes, foi responsável por divulgar para o mundo inteiro a
new wave do cinema francês e as carreiras do cineasta e da atriz Juliette
Binoche, protagonista nas três películas.
A história segue Julie Vignon quando
ela perde a filha e o marido, um famoso compositor europeu, em um acidente de
carro. A personagem escolhe lamentar a perda da sua família negando o seu
passado e, pronta para o nada, se muda para um apartamento parisiense. A
transição é feita apenas com um objeto que a conecta com sua antiga vida, um
lustre de contas azuis da sua filha.
Apesar de a morte parecer ser a plot
principal, o âmago do longa reside na tentativa de Julie em se libertar do seu
passado e iniciar uma saga vazia, à medida que elementos da sua vida passada
brotam de todos os lados e atrapalham os seus planos e novos aspectos
libertários são apresentados. A cor azul é um personagem a parte e, além de
representar a liberdade da bandeira francesa, ajuda a dar um tom melancólico às
cenas.
A Liberdade é Azul é uma experiência que
estimula sonora e visualmente o espectador. A produção possui um tom peculiar e
é rica em detalhes sutis, que merecem ser percebidos e compõem uma obra-prima
atemporal.
Ficha Técnica:
Gênero: Drama
Direção: Krzysztof Kieslowski
Roteiro: Agnieszka Holland, Edward
Zebrowski, Krzysztof Kieslowski, Krzysztof Piesiewicz, Slawomir Idziak
Elenco: Benoît Régent, Charlotte Véry,
Emmanuelle Riva, Florence Pernel, Juliette Binoche
Produção: Marin Karmitz
Fotografia: Slawomir
Idziak
Trilha Sonora: Zbigniew
Preisner
Duração: 100 min.
Carla Braga
segunda-feira, 30 de junho de 2014
Desdobramentos após a Declaração de Direitos Humanos
"Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos." Foto: Flickr / Talie |
Após a ONU proclamar a Declaração de Direitos Humanos, em 1948, como forma de pregar a paz mundial através da promoção dos direitos naturais do ser humano, diversos acordos e pactos foram - e continuam sendo - assinados pelas nações. Entre estes, podemos assinalar a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Descriminação Racial, de 1966; a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Descriminação contra a Mulher, de 1979; e a Convenção para proteção e promoção da diversidade de expressões culturais, de 2005.
A partir da quantidade de documentos criados para a proteção e promoção dos direitos humanos, se observa o nascimento de três tendências, as quais Giuseppe Tosi, em seu texto “O Significado e as Consequências da Declaração de 1948”* elenca da seguinte forma:
1. Universalização: a partir do aumento no número de nações signatárias da Declaração da ONU (em 1948, eram 48, hoje, 184), passamos a ser cidadãos do mundo e não de um Estado.
2. Multiplicação: a ONU vem promovendo conferências que aumentaram a quantidade de bens a serem protegidos.
3. Diversificação: “A pessoa humana não foi mais considerada de maneira abstrata e genérica, mas na sua especificidade e nas suas diferentes maneiras de ser.”
Esse processo deu origem ao que, hoje, chamamos das quatro gerações dos direitos humanos: a primeira geração inclui os direitos civis e políticos, a segunda geração inclui os direitos econômicos, sociais e culturais, a terceira geração inclui os direitos a uma nova ordem internacional e a quarta geração trata dos direitos referentes às gerações futuras.
*TOSI, Giuseppe . O significado e as consequências da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (1948). 2013.
por Lívia Maria
3. Diversificação: “A pessoa humana não foi mais considerada de maneira abstrata e genérica, mas na sua especificidade e nas suas diferentes maneiras de ser.”
Esse processo deu origem ao que, hoje, chamamos das quatro gerações dos direitos humanos: a primeira geração inclui os direitos civis e políticos, a segunda geração inclui os direitos econômicos, sociais e culturais, a terceira geração inclui os direitos a uma nova ordem internacional e a quarta geração trata dos direitos referentes às gerações futuras.
*TOSI, Giuseppe . O significado e as consequências da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (1948). 2013.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
Os romances e a igualdade
A historiadora norte-americana Lynn Hunt relata em seu livro
A invenção dos direitos humanos; uma
história (Companhia das Letras, 2009) o processo histórico do surgimento
dos direitos humanos na consciência dos homens, usando filosofia, crônica
política e história do cotidiano para construir sua narrativa.
No primeiro capítulo, “Torrente de emoções – lendo romances e
imaginando igualdade”, Hunt apresenta uma teoria interessante: romances
populares do século XVIII na França e Inglaterra ajudaram a estabelecer a ideia
de igualdade, ao inspirar a empatia em seus leitores.
A autora analisa especialmente três obras: Pamela (1740) e Clarissa (1747), de Samuel Richardson, e Júlia (1747), de Jean-Jacques Rousseau, romances epistolares que
narram as histórias das personagens títulos. O primeiro, Pamela, trata de uma criada que resiste continuamente às tentativas
de sedução de seu patrão. Ao reproduzir trechos de comentários de leitores reagindo ao livro, Hunt demonstra
que, pela primeira vez, a aristocracia estava se importando e se identificando
com uma personagem pobre e mulher.
Para a autora, esta empatia gerada pelos livros possibilitou
a criação de um senso de igualdade: os romances em primeira pessoa, ao dar ao
leitor acesso à consciência dos personagens, mostravam que todas as pessoas são
fundamentalmente semelhantes quando analisamos seus sentimentos íntimos.
Por Raíza Pacheco
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